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BRASIL E A LÍDERANÇA NA AMÉRICA DO SUL: O ACIRRAMENTO DA CRISE ENTRE VENEZUELA E GUIANA

Há muito tempo a Ordem Internacional vem sendo desafiada por países que possuem interesses escusos sobre algo que lhe beneficie. Vejam, após a Segunda Guerra Mundial, foi realizado por consenso e também pela paz, o Tratado de Paris em 10 de fevereiro de 1947, devidamente assinado pelas potencias Reino Unido, Estados Unidos e França que expandiram o entendimento do seu teor às demais nações do globo.

Na pauta estão temas de relevância como o gozo e a fruição dos Direitos Humanos e das Liberdades Fundamentais que se sedimentaram na respectiva Ordem e com base na Autoafirmação dos Povos cujo significado se contenta com a própria defesa da sua identidade, direitos, opiniões e demais desejos. Mas, infelizmente, a busca frenética pelo poder e riqueza, ultrapassa todo e qualquer limite, pois, sempre é o homem e suas fraquezas individuais que desponta na tomada de decisão.

Vimos contemporaneamente, embates entre Estados Unidos e Iraque, Estados Unidos e Afeganistão (na tentativa de captura de Osama Bin Laden), Guerra na Síria, conflitos civis em vários países no Continente Africano, Rússia e Ucrânia e, por último, a tentativa da China em face de Taiwan e, ainda Venezuela e Guiana.

Em relação ao Continente da América do Sul, o momento é de acirramento entre as nações. Dois países fronteiriços e amazônicos, mas, com pretensões e ações governamentais bem diferentes e acentuadas. De um lado temos a Venezuela que, embora tenha potencial natural, mineral e um povo resiliente, encontra-se inerte ao seu próprio crescimento, seja econômico, financeiro ou mercadológico. Do outro, existe a Guiana, um país de colônia inglesa, também com enorme potencial natural, mineral, mas com baixo potencial de desenvolvimento econômico, financeiro e mercadológico pela baixa produção.

Mesmo que as informações supra mencionadas sejam superficiais — haja vista o propósito aqui é externar a análise sobre o suposto conflito e não pujança estrutural de cada um deles –, o fato é que existe sim, pelo menos teoricamente, uma possibilidade de confronto bélico real entre os países. Não entraremos no mérito se o governo Maduro é ou não autoritário (embora na minha visão analítica o seja), mas, o fato é que suas ações pretensiosas trazem enormes problemas e prejuízos ao povo venezuelano.

Mas, existem pretensões camufladas sobre o assunto. Senão vejamos: a Venezuela está mergulhada em crises efetivas e sucessivas desde sempre. Um país marcado pela busca frenética pelo poder por grupos políticos adversários que beiram a inimizades. O afunilamento pela crise atual veio com a chegada ao poder pelo Presidente Chaves. Enquanto esteve vivo agia com mão de ferro frente aos seus adversários ou quiçá inimigos. Após a sua morte, assume o poder político o seu antigo segurança e Vice-presidente, ora Nicolás Maduro que manteve a mesma linha de pensamento e ação baseados na força.

A realidade é que, atualmente, a Venezuela é um país fragmentado no que tange a grupos políticos, a economia e a tecnologia. Há uma pressão interna brutal dos adversários de Maduro em face de sua pessoa e seu governo. Por conta disso, as suas ações governamentais tem sido heterodoxas, ou seja, contrárias aos princípios legais e de bom – senso.

Portanto, para se perpetuar no poder governamental do país Maduro cria balões de ensaio para se crescer como político e ganhar as eleições. Esse escrutínio realizado pelo seu governo, sem dúvidas, é mais um deles. Primeiro, a Venezuela não suportará qualquer tipo de guerra bélica, pois, a receita do país está em frangalhos; a economia e as finanças estão extremamente fragilizadas; a tecnologia está sem progressão por conseqüência da ausência de investimentos e muito mais, vide que a nação possui dependência do refino de petróleo e nada mais. Lembrando ainda que, a Venezuela está sofrendo embargo econômico dos Estados Unidos e seus aliados como forma de estrangulamento da governança ineficiente do Presidente Maduro.

Nessa linha de raciocínio, esse referendo realizado pelo governo venezuelano que, pôs em votação a anexação de parte do país vizinho Guiana, especificamente, a área de Essequibo, será difícil acontecer, pois, para a defesa do seu território o desafiado já está em conversação com o governo norte americano para uma suposta proteção. Como já é sabido por todos, há um desentendimento entre Venezuela e Estados Unidos. Este não suporta qualquer violação às democracias no mundo e se opõe as nações antidemocratas (obviamente, essa é a sua narrativa, embora eu também discorde, pois, os motivos americanos sempre têm algo a mais, ou seja, além dos limites narrados) oferecendo ajuda financeira e bélica.

No momento, a reflexão é a seguinte: o objetivo de Maduro é continuar perpétuo no poder político do país. Para isso, cria situações em seu benefício para continuar a vencer a oposição e ainda se sobressair do controle dos Estados Unidos e seus respectivos aliados. No ano de 2024, serão as eleições presidenciais, para tanto, Maduro necessita de uma carta na manga para vencê-la, então, criar factóides, balões de ensaio e cortinas de fumaça pode ser interessante na sua narrativa rumo a suposta vitória.

A liderança do Brasil na América do Sul é importante para evitar um embate entre a Venezuela e a Guiana. Novamente, a diplomacia brasileira vem atuando nos bastidores. O governo brasileiro anunciou que o Presidente Lula irá até Georgetown , ora a capital da Guiana no sentido de externar diálogo e arrefecer os ânimos. Aliás, o Presidente da Guiana Irfaan Ali já vem discursando na mídia no sentido de cobrar o Brasil pela sua liderança na região continental.

Vamos aguardar o fruto do diálogo entre Venezuela, Guiana e Brasil. A diplomacia sempre é o melhor remédio para a solução de conflitos ou quiçá para os problemas internacionais entre os países envolvidos. O Itamaraty tem expertise suficiente para controlar a tensão evitando o envolvimento de terceiros temerários a essa lide.

Dr. Edney Firmino Abrantes é Advogado, Cientista Político, Professor e Pesquisador. É Especialista, Mestre e Doutor. É autor do livro “Construção e desconstrução imagética dos políticos nas campanhas eleitorais”, dentre outros. É autor de inúmeros artigos científicos e de opinião em sites e revistas especializadas sejam físicas e ou digitais. É colunista do site Fatos Políticos.

Contato: [email protected]

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