A democracia está em festa sempre que as eleições chegam ao seu momento de realização. Vários ingredientes são acrescentados no bojo dessa comemoração, ou seja, atores políticos públicos e privados, partidos políticos dos mais variados espectros, interesses, planejamento, estratégia, marketing, população local, eleitores, poder, dentre outros, gerando grande reflexão no campo da consciência.
Tudo isso somado resulta na efetiva realização das eleições. A associação do termo eleição ao substantivo “festa” se dá pelo motivo da ocorrência de uma grande reunião de pessoas em uma data comemorativa com o fito de regozijar. O sentimento é caracterizado pelo exercício da cidadania atrelado à liberdade do sufrágio universal inserido no Estado Democrático de Direito como fundamento.
Com isso não podemos confundir essa festa democrática com excessos. Lembramos que inúmeros governantes, historicamente, tentaram ludibriar a população com a famosa festa do pão e circo, oriunda geralmente, dos antigos impérios, como forma de distração e desvio dos grandes problemas sociais.
As regras estão dentro do parâmetro legal onde existem leis, normas e instituições públicas (lideradas pelo Estado e suas vertentes) e a instituição privada (sociedade) que se encontram com leveza numa interconexão do cidadão (eleitor) com a emanação individual e secreto do seu voto consignado em uma urna eletrônica (no caso do Brasil) sob a tutela do Estado via Tribunal Eleitoral.
Entretanto, essa festa democrática acontecerá nos municípios, ou seja, será um evento localizado, proporcionando ao eleitor uma maior visão dos problemas locais, pois, ele convive com os percalços cravados na sua esfera de vigilância.
Para tanto observações devem ser inseridas na sua escolha. Primeiramente, analisar os nomes dos concorrentes ao pleito e verificar a sua história com a cidade. A identidade de cada um com o município é relevante na hora do voto, inclusive para posterior cobrança do projeto vencedor.
Segundo, um mandato futuro e consistente de um prefeito(a) terá sucesso se o concorrente tem um bom projeto de desenvolvimento para o município ensejando o bem – estar da população local, ou seja, que os serviços essenciais (saúde, segurança e educação) recebam investimentos ao ponto de gerar melhorias palpáveis nos serviços públicos. Lembrando que um projeto ruim escolhido pela maioria pode causar sérios danos aos cofres públicos municipais com conseqüências danosas também a população e aos seus respectivos direitos constitucionais.
Terceiro, esse ‘bom projeto’ deve refletir no desenvolvimento econômico da cidade, gerando expansão estrutural (obras importantes e pontuais), emprego e renda para ajudar a transformar a vida da população local. Para tanto, necessário que esse tal projeto tenha afinidade com a vida dos munícipes, ou seja, a identificação do eleitor com o concorrente escolhido é a mola propulsora desse alinhamento de sucesso.
A análise desse projeto deve ser acompanhada pelo eleitor nos canais de exposição. As redes sociais é o passo inicial, pois, hodiernamente é a grande arena de debates e discussões. Nesta seara o concorrente tem a possibilidade de expor a sua imagem e ações condizentes com o seu perfil e ideologia.
Outro passo é a participação efetiva nos debates e discussões públicas sobre os problemas da cidade. É a oportunidade de levar ao conhecimento dos eleitores as suas ideias vinculadas aos seus projetos que supostamente tragam soluções para o bem – estar da população local. Estar engajado nas eleições municipais é fundamental na escolha do concorrente ativo, que traga propostas possíveis que impacte a economia do município positivamente.
Ao contrário, se não houver engajamento dos eleitores, surge à possibilidade do aparecimento de alguém sem comprometimento com a cidade, emanando retórica e utopias em seus discursos genéricos e sem direção. Geralmente, são pessoas com poder aquisitivo forte que se destacam pela repetição de imagens e discursos voláteis transformando a realidade do município em espetáculo surfando a onda das fake news e pós – verdade, haja vista faltar-lhe compromisso dual com a verdade e a realidade.
Nessa linha de pensamento político vale ressaltar ainda que as eleições municipais elegem também, além do cargo de prefeito(a), o de vice – prefeito(a) e vereador(a). Importante pensar no equilíbrio do resultado do pleito onde os eleitores devem votar no concorrente para prefeito(a) que possui um projeto de impacto econômico para a cidade em conjunto com os concorrentes a vereador(a) de sua coligação dando base a autoridade do município nas aprovações das matérias na Câmara de Vereadores estando em consonância o Poder Executivo e o Poder Legislativo em benefício da população local.
Dr. Edney Firmino Abrantes é Advogado, Cientista Político, Professor e Pesquisador. É Especialista, Mestre e Doutor. É autor do livro “Construção e desconstrução imagética dos políticos nas campanhas eleitorais”, dentre outros. É autor de inúmeros artigos científicos e de opinião em sites e revistas especializadas sejam físicas e ou digitais. É colunista do site Fatos Políticos.
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