O Brasil é reconhecido pelas demais nações como um país pujante e emergente. O respeito ao colosso brasileiro se espraia em vários setores tradicionais dentre eles, o agronegócio, a diplomacia e o respeito ao clima. O terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva teve o seu início truncado por conta da ausência efetiva de políticas públicas e do afastamento do bloco Mercosul pelo governo anterior.
Em poucos meses de governo Lula o reequilíbrio demonstra ser o caminho do Brasil. Apresentado um novo plano fiscal pelo Ministro Fernando Haddad a sociedade e os seus respectivos nichos, bem como o Legislativo Federal abraçaram a idéia de um país que faça a lição de casa para voltar aos trilhos do crescimento.
Deu certo, pois, perante o cenário econômico global o Brasil está conseguindo controlar a inflação, retornar a execução de políticas públicas e a equilibrar a política monetária. Os setores como o agronegócio, o leve crescimento da indústria, consonantes com a concessão de créditos para a massa devedora através do “Desenrola” tendem a seguir em alta.
Assim, com o país rumo ao reequilíbrio econômico e a perspectiva de um crescimento do PIB mais consistente – de acordo com a manifestação do IBGE que mensurou o aumento de 0,9 entre abril e junho – o cenário cria expectativas positivas. Nessa linha, o Brasil faz a sua lição de casa internamente gerando respeito geopolítico junto às demais nações.
Com a economia caseira rumo ao equilíbrio restava o Brasil readquirir a credibilidade junto à comunidade internacional, pois o governo anterior, infelizmente não fez questão de dialogar. O diálogo sempre foi considerado o mérito brasileiro, haja vista, possuir uma diplomacia bastante eficaz e tradicional. Com ações radicais e o abandono dialógico do último governo o Brasil se tornou um párea perante a Ordem Internacional.
Com isso, o resgate da credibilidade do país se deu com a vitória de Lula, pois, é reconhecido internacionalmente como um homem diplomático. Portanto, usando dessa imagem diplomática o presidente discursa no último dia 19, na sessão de debates da ONU chamando a atenção para o clima no planeta e a desigualdade. Resgata em sua fala que, na data de 23 de setembro de 2003 já discursava sobre uma melhor “forma de convivência entre os humanos e na sua capacidade de vencer desafios”.
Oras, nenhum indivíduo que vive em condições de miserabilidade conseguiria vencer desafios isoladamente. A importância de viver em um planeta com igualdade e respeito aos direitos e garantias individuais é essencial para uma vida digna. Ter o que comer e possuir trabalho para poder sustentar a si e sua família é inquestionável.
Mas, do alto da sua moral como líder mundial, Lula discursa também alegando não só a desigualdade criminosa que vivem as pessoas nos rincões do continente africano, mas também na América Central e do Sul gerando bolsões de pobreza e dificuldades de desenvolvimento, traz a relevância das discussões e debates sobre o clima no mundo mencionando o comprometimento de implementar os “17 objetivos de desenvolvimento sustentável de maneira integrada e indivisível”.
Somando a sua moral individual como líder global, Lula traz consigo o peso da representatividade da floresta amazônica para o planeta. A retomada de políticas públicas eficazes para a proteção do verde é um dos eixos do seu governo. No dia 05 de junho do corrente ano, Lula apresentou o Plano de Ação Para Prevenção e Controle na Amazônia Legal – PPCDAm, justamente para evitar a destruição criminosa que cresceu vertiginosamente no último governo reconhecido por todos os órgãos de proteção ambientais internacionais.
Novamente o Brasil sobe ao topo junto à comunidade internacional, pois, emanado por Lula, (reconhecido como um dos maiores líderes mundiais atuais) trazendo consigo a representação da Amazônia bem cuidada e fiscalizada transforma novamente o país na maior liderança sobre o tema possuindo o maior soft power do planeta.
Esse poder suave proporciona ao Brasil a autoridade necessária para buscar mudanças direcionadas à tentativa de erradicação da pobreza com ações sustentáveis apoiadas e financiadas por grandes nações e multinacionais. Aliás, tal poder proporcionou também a Lula o direito de propor mudanças estruturais a ONU através de críticas construtivas para melhorar o funcionamento e a eficácia de suas ações.
Dr. Edney Firmino Abrantes é advogado, cientista político, professor e pesquisador. Especialista, Mestre e Doutor. É autor do livro: “Construção e desconstrução imagética dos políticos nas campanhas eleitorais dentre outros. Também é autor de vários artigos em revistas físicas e digitais. É colunista do site Fatos Políticos.
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