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A CONFLUÊNCIA ENTRE TEORIA E PRÁXIS. LULA E O SEU GOVERNO DE COALIZÃO

A política é uma ciência e para tanto deve seguir os critérios científicos na busca de resultados verdadeiros. Mas, na academia a ciência – em seus mais variados âmbitos – não fixa verdades absolutas e sim relativas, o que traz constantes resultados distintos sobre o mesmo objeto explorado.

Assim é a dinâmica própria da política, ou seja, impede queaquiloque foi explorado metodologicamente pela ciência política sejaapresentado como pleno e acabado, está sempre se movimentandona descoberta de novos resultados quando o cientista sedebruçasobre a pesquisa realizada no mesmo objeto.

Dito isso, temos o governo Lula que se iniciou em1º de janeiro do corrente ano formado no começo por uma frente de partidos políticos de esquerda. Em tese, a ciência política traria resultados sobre o planejamento de um governo calcado nas convicções e ideologia progressista que, logo impactariam a população de baixa renda com os seus resultados oriundos de políticas públicas específicas.

Mas, embora a teoria nos traga provavelmente o supra alegado, a práxis traz um redesenho sobre o governo. Este iniciou com uma frente de esquerda e entrou em metamorfose no período de nove meses. Para se governar um país de dimensões continentais é necessário estarem em consonância os Poderes Executivo e Legislativo, haja vista, enquanto aquele planeja e executa atos e políticas públicas federais este, as fiscaliza e as aprova conforme o seu respectivo regimento interno e a própria Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.

O que isso quer dizer? A resposta é simples! O governo Lula, ao vencer o pleito presidencial de 2022, para praticar os atos d aquilo que organizou e apresentou como planejamento de campanha eleitoral aos seus eleitores que lhe deram a vitória democraticamente nas urnas, precisa compor. Nota-se que a frente de esquerda que está na situação é inferior que a frente de centro e de direita que estão na oposição.

Nessa linha de pensamento, obviamente, se o governo propuser um Projeto de Lei oriundo do Poder Executivo, a probabilidade de não ser aprovado no Poder Legislativo é imensa, pois, a oposição tem maior número de parlamentares na Câmara dos Deputados que a situação e, isto, sem dúvidas, interferiria no resultado prático.

Assim, pela ciência política na teoria, a estrutura do governo federal já estaria montada através de projetos de lei e desenha da para apresentação no Legislativo, este a pautaria e aporia para aprovação e ponto. Mas, a prática traria um resultado não desejado pelo Poder Executivo, provavelmente, quase nada seria aprovados e não fosse à efetiva composição entre os espectros políticos diferentes que ensejariam as tomadas de decisões práticas pelos partidos políticos também diferentes da base do governo.

Portanto, a teoria é uma coisa e a práxis é outra. O ideal no campo político é a convergência entre ambas, pois, assim tudo flui. O governo nessa forma de atuação constrói a tendência de composição por intermédio da coalizão, aumentando o poder da situação no Legislativo, especificamente, no caso do governo Lula, na Câmara dos Deputados, haja vista, possuir um caminho mais tranqüilo no Senado Federal.

Enfim, a situação expande o seu poder na Câmara dos Deputados, aumentando a composição de espectros e partidos políticos na Casa do Povo e tenta governar pela coalizão em benefício da realização de políticas públicas para a enorme fatia da sociedade de pobres e miseráveis. Será que vai dar certo? Independentemente da ideologia política de cada eleitor, torcemos por um Brasil mais justo, equânime e radical contra a miserabilidade e a pobreza.

Dr, Edney Firmino Abrantes é advogado, cientista político, professor e pesquisador. Especialista, Mestre e Doutor. Autor do livro: Construção e desconstrução imagética dos políticos nas campanhas eleitorais dentre outros. Também é autor de inúmeros artigos publicados em revistas físicas e digitais. É colunista político do site Fatos Políticos.
Contato: e-mail: [email protected]

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